Grupo ficará responsável por desenvolver estratégias de vigilância de infecções pela doença e dar suporte ao trabalho seguro na instituição

Por José Luiz Guerra

Uma comissão composta por especialistas de diversas áreas foi nomeada pela Reitoria da Unifesp para acompanhar a evolução dos casos de covid-19 na comunidade do Campus São Paulo. O grupo ficará responsável por desenvolver estratégias de vigilância de infecções pela doença entre os servidores e dar suporte aos gestores e ao trabalho seguro na instituição.

A comissão irá estabelecer estratégias de testagem sorológica e molecular para monitorar a ocorrência de casos de covid-19 entre servidores e colaboradores, selecionando as melhores plataformas e ensaios a serem utilizados, indicando alternativas para decisão final da gestão central da Unifesp. Além disso, deverá sugerir dinâmica de trabalho para implantação de regime de testagem na comunidade alvo, assegurando-se de que as ações planejadas tenham execução adequada e dentro dos padrões éticos, de segurança e qualidade em saúde, bem como orientar os gestores em relação as necessidades materiais e de recursos humanos para a conclusão da análise e divulgação de resultados.

O presidente da comissão e professor titular da disciplina de Infectologia da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp) - Campus São Paulo, Arnaldo Colombo, explica que, para realizar esse acompanhamento, serão realizadas três etapas de testagens, com intervalos de três a quatro semanas entre cada uma delas, com o intuito de compará-las, o que permitirá avaliar o comportamento da transmissão do vírus. "Nossa ideia é a de contribuir para o trabalho presencial dentro de um contexto de retorno seguro. Não há previsão para que essa volta aconteça, mas devemos trabalhar desde já para definir as ações necessárias para contribuir que ela ocorra com segurança". O presidente da comissão detalha que o estudo vai selecionar diferentes públicos dentre os servidores e colaboradores, buscando avaliar as tendências históricas e a simetria entre esses públicos e aprimorar o trabalho de prevenção da transmissão.

Arthur Chioro, docente do Departamento de Medicina Preventiva da EPM/Unifesp e que também integra a comissão, indica que, além do implementação dos cuidados e ações necessárias nos locais de trabalho, é preciso levar em conta também que as pessoas estão também expostas em suas casas e no trajeto entre os dois locais. "Para além dos cuidados de prevenção de cunho individual e coletivo no ambiente de trabalho na Unifesp, existe o risco comunitário e é necessário olhar por essa dimensão". A preocupação de Chioro leva em conta fatores como condições precárias de moradia e a quantidade de pessoas que moram em uma mesma residência e a do deslocamento, em especial com uso de transporte público sem adoção de medidas protetivas.

Completam a comissão os docentes da EPM/Unifesp Eduardo Medeiros, Nancy Bellei e Paulo Roberto Abrão Ferreira, as docentes da Escola Paulista de Enfermagem (EPE/Unifesp) - Campus São Paulo, Monica Taminato e Maria Cristina Gabrielloni, a diretora do Laboratório Central do HSP-HU/Unifesp, Antonia Maria de Oliveira Machado, a diretora administrativa do Campus São Paulo, Sinara Farago, o coordenador de Serviços Gerais do Campus São Paulo, Galberto de Alcantara Assis e a enfermeira do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar do HSP-HU/Unifesp, Daniela Escudero. Os relatórios produzidos pela equipe ajudarão no direcionamento das medidas de prevenção e combate à pandemia. A comissão tem um prazo de seis meses para concluir seus trabalhos, sendo possível solicitar prorrogação pelo mesmo período, na dependência da dinâmica de evolução da pandemia na Unifesp e na cidade de São Paulo.