Pesquisadoras pretendem coletar informações que auxiliem no planejamento de medidas preventivas para a saúde desses profissionais
(Imagem ilustrativa)
Um projeto desenvolvido pelo Instituto de Saúde e Sociedade da Universidade Federal de São Paulo (ISS/Unifesp) - Campus Baixada Santista pretende investigar e mensurar a prevalência de estresse ocupacional e a provável incidência de esgotamento profissional (Burnout) em médicos durante a pandemia de covid-19. O projeto da estudante de Psicologia Gabriela Correia Netto é orientado pela docente Laura Camara Lima, ambas ligadas ao curso de Psicologia da instituição.
De acordo com o Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde a Síndrome de Burnout (ou Síndrome do Esgotamento Profissional) caracteriza-se como a sensação de estar acabado. É um tipo de resposta prolongada a estressores emocionais e interpessoais crônicos no trabalho. Tem sido descrita como resultante da vivência profissional em um contexto de relações sociais complexas, envolvendo a representação que a pessoa tem de si e dos outros. O trabalhador que antes era muito envolvido afetivamente com os seus clientes, com os seus pacientes ou com o trabalho em si, desgasta-se e, em um dado momento, desiste, perde a energia ou se “queima” completamente.
As pesquisadoras, que atuam na área de Saúde Mental Relacionada ao Trabalho, propuseram o projeto Médicos na linha de frente à pandemia Covid-19: incidência da síndrome de Burnout. Elas apontam que os resultados trarão informações importantes para que seja possível realizar o planejamento de “ações terapêuticas que auxiliem na prevenção e/ou profilaxia dessas morbidades durante e após a pandemia”.
A avaliação será realizada a partir da amostra de 500 profissionais - 250 médicos da linha de frente (diretamente expostos ao contágio) e 250 de outras áreas -, os quais serão convidados a responderem um questionário on-line informando dados pessoais e profissionais, além da Escala de Estresse no Trabalho e o Inventário Maslach de Burnout, com tempo médio de resposta de 10 a 15 minutos.
A participação é voluntária e voltada para médicos(as) que estejam trabalhando presencialmente durante a pandemia de covid-19 no Estado de São Paulo (na linha de frente ou em outros serviços de atenção à saúde, tais como consultórios, ambulatórios, laboratórios e atenção básica). Todos os voluntários que decidirem fazer parte do estudo devem concordar com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O formulário está disponível neste link.