Os novos equipamentos estão instalados na Unidade de Infecções Respiratórias do hospital
Por Denis Dana
O Hospital São Paulo, hospital universitário da Universidade Federal de São Paulo (HSP/HU Unifesp) recebeu, na quinta-feira (7/5), um importante reforço no atendimento aos pacientes com covid-19: são 24 respiradores que passam a ficar à disposição na Unidade de Infecções Respiratórias do hospital.
Para que os respiradores entrem em operação, todo o processo foi acelerado. Logo que chegaram ao complexo hospitalar nesta quinta, os equipamentos já passaram por testes e nesta sexta serão manuseados por profissionais de saúde que passarão por treinamento. A partir de sábado, eles serão colocados em disponibilidade para abertura de novos leitos de UTI no atendimento aos pacientes de covid-19 com quadros mais graves.
“Esse processo acelerado é fundamental para darmos sequência ao atendimento pleno e com qualidade a todos os pacientes que chegam ao HSP diariamente acometidos pela covid-19. Abrir novos leitos de UTI em qualquer hospital representa um grande desafio. Envolve equipe especializada, como a engenharia clínica e a engenharia de manutenção, além de um processo complexo não apenas de transformação física, com ampliação de local, compra e instalação de equipamentos, como também a ampliação do número de profissionais de diversas especialidades como fisioterapeutas, psicólogos e fonoaudiólogos, além de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, entre outros envolvidos”, explica José Roberto Ferraro, superintendente do hospital. Ferraro destaca que “dentro desse contexto, a chegada desses respiradores representa um passo importante na criação de novos leitos.” Outro equipamento que foi comprado e que deve chegar nos próximos dias no HSP são monitores, outro componente essencial na composição de um leito de UTI.
Os respiradores chegam ao hospital e são montados
O superintendente ressalta que outra complexidade dentro do hospital envolve o atendimento a cada um desses pacientes. “São muitos os cuidados. Além de uma equipe multiprofissional e dos itens acima descritos, temos vários outros aspectos que cercam esses pacientes graves internados pela covid-19, desde a necessidade de uso de sondas, a elaboração de dietas enterais, passando por laboratório para uso de anticoagulantes, monitorização de função cardíaca e de arritmias, até chegar ao retorno ambulatorial de pacientes após alta. Para isso, todo o hospital é envolvido, com o desafio maior de seguirmos o pleno atendimento aos demais pacientes não covid que continuam chegando em nosso hospital, que trabalha de portas abertas.”
O Hospital São Paulo tem acompanhado a epidemiologia, transformando leitos em leitos de UTI e de outras especialidades em especialidade covid à medida que a epidemiologia vai exigindo, de acordo com o aumento da demanda do Pronto Socorro e as transferências de doente via CROSS, que é a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde do governo do Estado, o que tem sido feito com sucesso.
Se a pandemia tem tornado o período de trabalho ainda mais intenso, Ferraro faz questão de ressaltar que também tem sido um momento de grande aprendizado. “Como hospital universitário, participamos de pesquisas multicêntricas que nos possibilitam também conhecer as relações do vírus com as doenças de base consideradas fator de risco. Aqui no HSP, temos pacientes oncológicos, transplantados, renais e pulmonares crônicos, e assim estamos conhecendo as várias fases da doença, bem como a resposta às medicações e ao cuidado com a resposta sistêmica”, diz o superintendente do HSP. Ele conclui: “trata-se de um longo caminho a ser trilhado por nossos bravos profissionais, que podem contar agora com esse importante reforço dos 24 respiradores.”
Os novos equipamentos são testados; profissionais da UTI recebem treinamento