Principal objetivo é desenvolver pesquisas clínicas e experimentais com foco nos aspectos imunológicos celulares e moleculares
Por Lauren Steffen
O Laboratório de Imunologia Pulmonar e do Exercício, situado no Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT/Unifesp) - Campus São José dos Campos, busca identificar efeitos colaterais de pacientes que tiveram covid-19 ou que possuem outras doenças pulmonares a fim de acelerar sua reabilitação. O laboratório foi criado em outubro de 2020 e conta com o apoio do CNPq e da Fapesp. O principal objetivo é desenvolver pesquisas clínicas e experimentais com foco nos aspectos imunológicos celulares e moleculares, envolvidos tanto na fisiopatologia das doenças pulmonares quanto do exercício físico e sua interação na prevenção e tratamento de tais doenças.
No laboratório, são realizados projetos de reabilitação em pacientes com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), pós-covid, em idosos com síndrome metabólica e reabilitação com uso de laser e LED. No caso dos pacientes pós-covid, “as principais sequelas são fraqueza muscular, diminuição de massa muscular, depressão, estresse pós-traumático, distúrbios do sono, dores de cabeça, cansaço e fadiga crônica”, afirma Maysa Alves Rodrigues Brandão Rangel, doutoranda em Ciências da Reabilitação e do Movimento Humano da Unifesp e integrante da equipe do laboratório.
Participam do laboratório alunos de iniciação científica das áreas de Educação Física e Fisioterapia e de mestrado e doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano e Reabilitação e em Bioengenharia. Os professores responsáveis pelo laboratório são Rodolfo de Paula Vieira e Regiane Albertini de Carvalho (ICT/Unifesp).
O público-alvo são pacientes adultos e idosos com diversas patologias pulmonares. No laboratório, já foram atendidos mais de 420 pacientes. De forma itinerante, cerca de 1.800 pessoas já receberam atendimento. Os atendimentos itinerantes eram feitos in loco, em parceria com as Casas do Idoso de São José dos Campos (SP) e com o projeto Movimento Vida no bairro Campo dos Alemães.
“Os pacientes fazem uma avaliação criteriosa, realizando exames como bioimpedância, espirometria e eletrocardiograma, além de responderem a questionários sobre seu estado de saúde. Ainda são feitas coletas de sangue e de ar condensado do pulmão. Depois, os pacientes são encorajados a participar de um programa de reabilitação de 12 semanas, com sessões de 1 hora, três vezes por semana. Dependendo do protocolo, os pacientes são reavaliados com 30, 60 ou 90 dias”, explica Maysa. Durante as sessões de reabilitação, os pacientes realizam exercícios físicos aeróbicos e resistidos, além de avaliações médicas sistemáticas.
No início, os pesquisadores acreditavam que um programa de 12 semanas seria ideal, mas, ao longo dos atendimentos, a duração foi encurtada. “Vimos que os pacientes com 45 dias em programa de atividade aeróbica e exercícios resistidos melhoravam significativamente e acabavam abandonando o tratamento, pois já se sentiam reabilitados. Ainda estamos estudando esses mecanismos a fim de, possivelmente, readaptarmos o protocolo para 45 dias”, explica Maysa. O serviço é ofertado de forma gratuita ao público.
A pesquisadora relata ainda os benefícios da reabilitação em grupo ao permitir o compartilhamento de experiências e sentimentos entre os participantes. “Eles realmente amam estar juntos, conversando sobre seus anseios e sobre como cada um passou pela covid-19. São super disciplinados com os exercícios, porque realmente veem uma melhora muito grande”.
Para participar do programa de reabilitação, entre em contato pelo WhatsApp®: (12) 99129-0307.