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Pesquisa mostra que histórico de hipertensão e terapia com hidroxicloroquina e azitromicina agravaram quadro

Por Pedro de Biasi

lesão renal aguda Covid portal
(Imagem ilustrativa)

Pacientes com covid-19 apresentam alta incidência de Lesão Renal Aguda (LRA) e ainda mais riscos em casos de hipertensão e tratamento com certos medicamentos. É isso que revela um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Unifesp. Para reunir os dados necessários, eles verificaram dados retrospectivos sobre 275 pacientes internados no Hospital São Paulo, hospital universitário (HSP/HU Unifesp), entre março e junho de 2020, após contraírem covid-19.

"Avaliamos a incidência de lesão renal aguda em indivíduos com covid-19 e comparamos esses casos com os de pecientes com a infecção sem LRA", detalha Miguel Angelo de Góes Junior, docente da disciplina de Nefrologia da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) - Campus São Paulo, um dos especialistas envolvidos na pesquisa. "A LRA foi identificada com elevação dos níveis sanguíneos de creatinina ou redução no volume urinário", complementa.

A partir desses dados, o estudo encontrou uma alta incidência de LRA, superior a 70%. E na análise estatística multivariada, os pesquisadores identificaram indícios de que a LRA tem maiores chances de se manifestar em pacientes com coronavírus que realizaram terapia com hidroxicloroquina e azitromicina ou possuem histórico de hipertensão, além de outras situações.

"Observamos que o maior risco para pacientes com LRA após covid foi independentemente associado com marcadores sanguíneos inflamatórios, histórico de hipertensão arterial, terapia com hidroxicloroquina e azitromicina e necessidade de vasopressores para aumentar a pressão arterial quando esta encontrava-se muito baixa", lista o pesquisador.

Por isso, Góes destaca que o estudo é importante para ajudar na seleção dos tratamentos mais adequados para esses pacientes. "A atenção aos medicamentos deve ser considerada durante a internação hospitalar", afirma.