Trabalho mostrou que quase 1/3 dos(as) participantes apresentou níveis moderados e graves de ansiedade
Por Juliana Cristina
(Imagem ilustrativa)
Com o objetivo de analisar a saúde de estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no período de quarentena, estudo em andamento conduzido pelo professor Daniel Henrique Bandoni, do Centro de Práticas e Pesquisa em Nutrição e Alimentação Coletiva do Instituto de Saúde e Sociedade (ISS/Unifesp) - Campus Baixada Santista, apresentou recentemente seus resultados iniciais.
Em sua primeira fase, membros da comunidade acadêmica foram convidados, por meio das redes sociais e portal da universidade, a participar respondendo um formulário on-line, o qual abordou questões relacionadas a características sociodemográficas, características do domicílio em que cada pessoa está vivendo durante a quarentena, segurança alimentar e nutricional, consumo alimentar, avaliação do comportamento alimentar, avaliação da atividade física e avaliação da ansiedade.
Os principais resultados apresentados até o momento demonstram que metade dos(as) participantes possuem renda familiar de até cinco salários mínimos, 60% têm até 25 anos de idade e quase um terço do total apresentou níveis moderados e graves de ansiedade. Além disso, mais da metade das pessoas analisadas é sedentária ou pouco ativa, considerando os últimos três meses. Foi verificado ainda que existe incerteza em relação à compra de alimentos e prevalência de insegurança alimentar alta na população (41,5%), valores excedentes aos observados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo IBGE em 2013 (25,8% de insegurança alimentar).
No total, 687 pessoas concordaram em participar do estudo, sendo observado predomínio de respostas de indivíduos do sexo feminino (77%), cor/raça branca (71,2%), estudantes de graduação (61,6%) de até 25 anos (60,4%) e com renda familiar até 5 salários mínimos (50,9%). A média de moradores dos domicílios foi de três, sendo que 5,1% relataram morar sozinhos e 24,7% com idoso.
“Temos um relatório sobre os dados iniciais, mas ainda estamos analisando dados do seguimento da pesquisa, após a coleta de dados. Entretanto, acreditamos que são resultados preocupantes, considerando que foram coletados em uma fase inicial da pandemia de covid-19”, esclarece Bandoni. O pesquisador, ainda, convida os membros da comunidade acadêmica a participarem da nova etapa de coleta, na qual serão investigadas informações sobre o período após primeiro ano de pandemia. O questionário está aberto a todos(as) da Unifesp e pode ser acessado neste link.