Sistema computacional servirá para aplicação em processos de recuperação física e neurofuncional
Por Tamires Tavares
Pesquisadores de universidades brasileiras estão desenvolvendo um projeto multidisciplinar que criará um sistema computacional em saúde digital (e-Health) para aplicação em processos de recuperação física e neurofuncional, onde estão integradas soluções de telemonitoramento, rastreamento corporal, realidade virtual, aprendizagem de máquina e visualização da informação, que possa aproximar terapeutas e pacientes em torno dos indicadores de evolução durante o tratamento.
Fluxograma do sistema computacional
Segundo o docente da Universidade Aberta do Brasil (UAB/Unifesp) e representante da Unifesp no projeto, Marcelo de Paiva Guimarães, “as soluções desenvolvidas no projeto permitem que o terapeuta monitore o paciente em tempo real e, assim, realize uma melhor análise em relação à progressão motora do paciente, evidenciada por meio dos dados obtidos pelo sistema”.
Além de promover uma melhor comunicação entre terapeuta e paciente com o uso de dados quantitativos, o sistema foi idealizado para proporcionar o telemonitoramento (comunicação remota), no qual o terapeuta, a partir do seu consultório, pode assistir o paciente em sua residência, atendendo uma demanda por soluções de telessaúde explicitada neste momento de pandemia devido à covid-19.
Registro (a) e visualização (b) da variação de amplitude do movimento (ADM) de flexão e extensão da articulação do cotovelo no plano coronal
Para os primeiros protótipos funcionais desenvolvidos, foram utilizados sensores inerciais e de ultrassom, que permitem que o movimento de um determinado paciente possa ser convertido em comandos para controlar o ambiente virtual (imersivo ou não) e, assim, possa ser utilizado em terapias de recuperação física e neurofuncional.
Juntamente com a Unifesp, participam do projeto pesquisadores da Unicamp, Unesp (Campus Bauru), USP (Campus São Carlos), UFSJ (Campus sede), Centro Universitário Campo Limpo Paulista (Unifaccamp) e UFPA (Campus Belém). O projeto faz parte de um Cepid da Fapesp, o Instituto Brasileiro de Neurociência e de Neurotecnologia – BRAINN.
Diferentes tipos de sensores são utilizados para o reconhecimento de gestos e interação com ambientes virtuais