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Verba advém de projeto entre universidades federais, apoiado pelo MCTIC e administrado pela Finep

Por Valquíria Carnaúba

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Foto ilustrativa: Governo do Estado de São Paulo

Uma parceria entre quinze universidades federais do país, incluindo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), viabilizará o aporte de R$ 3.138.341,13 para emprego na realização de testes diagnósticos de covid-19 na população brasileira. Assinado pelo vice-reitor, Nelson Sass, o projeto é coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), administrado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e apoiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC) e pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep).

De acordo com Nancy Bellei, professora afiliada e médica infectologista da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp), a parceria envolve instituições que possuem expertise e podem fornecer a contrapartida necessária à sociedade por meio do trabalho de pesquisadores e técnicos da universidade, ampliação das testagens para covid-19 e coordenação com demais serviços de saúde do país.

"A verba original, de R$ 35 milhões, foi distribuída entre as universidades envolvidas no acordo. Entre as ações propostas pela Unifesp, está a realização de até 500 testes por dia, um trabalho que demandará a estrutura do laboratório central do Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp) e o de Virologia da Disciplina de Infectologia (EPM/Unifesp). A liberação total do valor será feita ao longo de até dois anos, prazo de validade do projeto, e poderemos então ter construído essa rede com as demais universidades, atendendo à necessidade da população brasileira", comemora.

Mais testes a um custo menor

De acordo com a infectologista, o documento da parceria possui uma emenda que prevê pesquisa aplicada sobre a detecção molecular de covid-19 por meio da saliva. "O MCTIC fornecerá permanentemente o equipamento que realiza essa modalidade de teste às universidades que se dispuseram a efetuar esse estudo, abrindo a possibilidade de ampliação do parque de equipamentos da instituição - uma possibilidade comemorada por Antonia Machado, Diretora Técnica do Laboratório Central do Hospital São Paulo", conta.

Trata-se de um método diagnóstico de baixo custo, pois não depende de reagentes, hoje todos importados. A detecção do vírus é feita com Inteligência Articifial (IA), por meio de sensores biofotôticos que ampliam a eficiência do diagnóstico. Os resultados serão comparados com os obtidos através da técnica de RT-PCR, afim de avaliar a eficiência do novo método.

A detecção de coronavirus por meio da saliva, de acordo com Bellei, é rápida e sua sensibilidade gira em torno de 80%. "Poderemos diagnosticar pacientes a um baixo custo e mostraremos, assim, que o papel das universidades públicas é decisivo para o desenvolvimento e aplicação de recursos nacionais no enfrentamento da pandemia", finaliza.