Comitê de Enfrentamento do HSP-Unifesp avalia a transmissão da variante ômicron e os surtos de Influenza A neste início de ano

A disseminação comunitária da variante ômicron do Sars-CoV-2 (covid-19) e surtos de Influenza A (subtipo H3N2 – variante Darwin) tornaram-se grandes desafios para os serviços de saúde em 2022. A procura por testes diagnósticos também cresceu e tornaram-se escassos.

Por isso é fundamental que todos os trabalhadores da saúde, docentes, estudantes e demais colaboradores, frequentadores ou visitantes das instalações do HSP/HU Unifesp, estejam vacinados para covid-19, não venham ao hospital se estiverem com sintomas respiratórios e sigam rigorosamente as medidas de prevenção para evitar a transmissão intra-hospitalar destas infecções.

O Comitê de Enfrentamento da Covid-19 do HSP-Unifesp está analisando cuidadosamente o cenário epidemiológico para auxiliar na orientação de toda a comunidade Unifesp sobre o retorno das atividades presenciais com todas as medidas de segurança. 


Testes realizados em farmácias

Muitos indivíduos têm procurado farmácias para a realização de testes diagnósticos para covid-19 e gripe (Influenza A/B) pela facilidade e custo. Geralmente, os testes rápidos oferecidos têm como base antígenos, possuem alta especificidade, isto é, se for positivo, alta possibilidade de realmente ser positivo.

Porém, podem ter menor sensibilidade, com variação de acordo com o fabricante, da forma de coleta da secreção respiratória, do tempo de doença e da qualidade do teste. Assim, se existe vínculo epidemiológico com um doente e quadro clínico compatível, é recomendável que seja realizado RT-PCR para confirmação, que é considerado o teste de referência para o diagnóstico.

As medidas de prevenção tanto para covid-19 como influenza são as mesmas, pois ambas são transmitidas principalmente por gotículas eliminadas durante a fala, tosse ou espirro. Assim, é fundamental que todos frequentadores ou visitantes das instalações do HSP/HU Unifesp estejam vacinados para covid-19 e sigam rigorosamente as medidas de prevenção a fim de evitar a transmissão intra-hospitalar destas viroses.

O uso contínuo da máscara é fundamental tendo o entendimento de que, algumas áreas onde o profissional retira a máscara para se alimentar ou tomar um café são de alto risco de infecção pelos vírus da covid-19 e/ou da influenza. Não tome café com outras pessoas nas copas do hospital ou mantenha a distância de 1,5m dos colegas para se alimentar. Evite aglomeração. Higienize as mãos com frequência, ajude a manter o ambiente ventilado, abrindo janelas e portas e auxilie a higiene das áreas de convivência.

Não venham ao hospital se estiverem com sintomas respiratório (síndrome gripal). Estamos analisando cuidadosamente o cenário epidemiológico para auxiliar na orientação de toda a comunidade Unifesp sobre o retorno das atividades presenciais com todas as medidas de segurança.


Sobre a variante Ômicron

A variante ômicron do Sars-CoV-2, identificada como causa da epidemia de covid-19 no sul da África em novembro de 2021, preocupa todo o mundo com nova onda de covid-19. Diversos países como Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Inglaterra, além dos países do sul da África, implantaram medidas restritivas para conter a disseminação desta variante do coronavírus.

O ômicron possui maior número de mutações, principalmente na proteína Spike (espícula), que é a chave de ligação com as células para a entrada do vírus causando a covid-19. As vacinas disponíveis foram produzidas tendo como base o vírus que causou a primeira onda em 2020 e novas variantes podem alterar a resposta imune.

O que sabemos até o momento, é que a dose completa das vacinas disponíveis oferece proteção, embora menor que das variantes anteriores. A evasão imune da variante ômicron não é completa e uma dose de reforço tem sido fundamental para fornecer Avaliação do cenário epidemiológico da pandemia de covid-19 e dos surtos de Influenza A e seus impactos no HSP/HU Unifesp proteção adicional e segura. Reforçando a importância das duas doses e o reforço após quatro meses, depois da última dose, conforme recomendação atual.

Como está ocorrendo muitas testagens, inclusive de pessoas assintomáticas para encontros familiares, viagens, têm sido identificado mais pessoas assintomáticas com exame positivo para Sars-CoV-2. O aumento de casos tem tido importante impacto nos serviços de saúde com muitos afastamentos de trabalhadores, comprometendo o atendimento. Isso fez com que algumas entidades como Centers for Disease Control and Prevention (CDC-Atlanta-EUA) recomendasse, recentemente, diminuir o tempo de isolamento, especialmente em indivíduos assintomáticos ou oligossintomáticos. Porém, até o momento, essa orientação não está respaldada em estudos da dinâmica viral e sim, em opinião de especialistas. Assim, entendemos que essa orientação poderia aumentar o risco para transmissão hospitalar para pacientes e profissionais da saúde.

Por estas razões, o HSP/HU Unifesp mantém a recomendação de 10 (dez) dias de isolamento para casos leves/moderados, a partir do início dos sintomas, tanto para trabalhadores da saúde como para pacientes e 20 (vinte) dias para casos graves, até que estudos demonstrem segurança para a redução destes períodos.

 
Surto de Influenza A (H3N2 – variante Darwin)

Estamos enfrentando um aumento de casos de síndrome gripal causado pela disseminação do vírus Influenza A (H3N2 – variante Darwin). Esta variante não faz parte da composição da vacina de influenza aplicada em 2021.

Assim, não é esperado proteção com a vacina atual para influenza, embora possa existir alguma resposta imunológica cruzada. As vacinas que serão produzidas para 2022, a partir de ovos de galinha, como as do Instituto Butantan, devem utilizar as seguintes cepas: Influenza A/Victoria/2570/2019 (H1N1) pdm09; Influenza A/Darwin/9/2021 (H3N2); Influenza B/Austria/1359417/2021 (linhagem B/Victoria) determinando maior proteção contra esta variante.

Recomendamos o tempo de isolamento de 7 dias para adultos com diagnóstico de influenza e 14 dias para crianças e imunodeprimidos.

Confira a nota técnica do Comitê de Enfrentamento da Covid-19 do HSP-Unifesp na íntegra.